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Atividade de comércio exterior no Paraná se mantém em alta em 2023

Ricardo Silveira

Superávit desde o início do ano é o maior da série histórica desde 1997

(Foto: Gelson Bampi)

De janeiro a agosto deste ano, o saldo da balança comercial paranaense acumula US$ 4,5 bilhões. É o maior valor registrado desde 1997, quando o Governo Federal iniciou o acompanhamento dos dados, atualmente divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Comex Stat / Ministério da Fazenda). Em agosto, o superávit estadual mais que dobrou (US$ 488 bilhões) em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 244 milhões). O resultado se deve tanto à alta nas exportações quanto à redução das importações do estado.


Em agosto, as vendas do estado no mercado internacional chegaram a US$ 2,3 bilhões, o segundo maior valor da série para o mês. Mesmo com boa performance, os valores diminuíram 0,9% em relação ao mesmo mês de 2022, mas superaram em 3,3% o resultado de julho. De janeiro a agosto, as exportações paranaenses também somam o maior valor em receitas cambiais da série, chegando a US$ 16,7 bilhões, crescimento de 12% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.


No mês, foram 179 mercados atendidos com mercadorias e serviços do Paraná, sendo 47% concentrados em cinco grandes países. O destaque de agosto é a China, que ficou com 27% do valor negociado. Ao longo do ano, o principal cliente do estado não muda. A ordem entre os maiores compradores é China, com crescimento este ano de 54% em valores exportados, seguida por Argentina (34%) também em alta, Estados Unidos, com redução nas vendas (-22%), México (+35%) e Coreia do Sul (+13%). “Considerando os três principais mercados, apenas as vendas para os Estados Unidos estão diminuindo”, aponta o consultor econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.


Em agosto, as importações chegaram a US$ 1,8 bilhão, redução de 14% em relação ao mesmo mês do ano anterior. “No acumulado do ano se observa a mesma tendência de queda. Desde janeiro, as compras realizadas pelo Paraná no exterior retraíram 18%, somando US$ 12,2 bilhões”, completa Felippe.


No mês, o Paraná negociou produtos com 102 países. Os cinco principais fornecedores representam 54% da pauta do mês. A economia chinesa é o destaque, responsável por 23% do total vendido ao Paraná. “São essencialmente mercadorias do setor químico (45%) e máquinas e equipamentos (14%)”, esclarece o consultor da Fiep. “Mesmo com China e Estados Unidos sendo os principais fornecedores paranaenses, de janeiro a agosto, ambos registram queda nas vendas para o estado, em 33% e 40%, respectivamente”, pondera. Já o mercado russo é o destaque do ano, com elevação de 68% em 2023, seguido por Argentina (+36%) e Alemanha (+2%).


Produtos


Os itens que fazem parte do complexo soja representaram 37% da pauta exportadora em agosto. Na sequência, aparecem carnes (11%), material de transporte (7%), açúcar (5%) e madeira (4%). No ano, a soja responde por 35% do total de mercadorias vendidas pelo estado, seguida por carnes (15%), material de transporte (8%), madeira (5%) e produtos mecânicos e cereais (ambos com 4%).


Já nas importações do mês, 35% da pauta corresponde à compra de produtos químicos, geralmente para uso na agroindústria. Depois aparecem material de transporte (16%), itens mecânicos (12%), petróleo (10%) e materiais elétricos e eletrônicos (5%). No acumulado de janeiro a agosto, produtos químicos lideram o ranking, com 31%. Material de transporte é o segundo item mais adquirido pelo Paraná (15%), que tem na lista ainda petróleo (12%), mecânica (11%) e materiais elétricos e eletrônicos (6%).


Sobre o futuro da atividade nos próximos meses, o consultor da Fiep avalia que é bom ficar de olho em dois mercados. “A China, que pode sofrer impacto no crescimento de sua economia diante da crise imobiliária na região. E a Argentina, que está em processo eleitoral bastante disputado e incerto, e que pode afetar a relação comercial com o Brasil. Ambos são importantes parceiros do Paraná e é necessário acompanhar como se comportarão essas economias nos próximos meses”, conclui Felippe.

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