Decisão unânime foi tomada pelos conselheiros em sessão pública no Cine-Teatro Ópera na segunda-feira (17).
O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural decidiu tombar o Santuário de Vila Velha como patrimônio histórico-cultural de Ponta Grossa. A decisão unânime foi tomada pelos conselheiros em sessão pública no Cine-Teatro Ópera na segunda-feira (17).
A Ermida de Vila Velha foi inaugurada em 1979 no Parque Estadual de Vila Velha como santuário da Mãe da Divina Graça, padroeira da Diocese. A estrutura foi construída pela Igreja Católica para ser sede da Pastoral Turística.
O local foi inaugurado pelo bispo Dom Geraldo Micheletto Pellanda e tinha uma imagem de Nossa Senhora doada pelo Papa Paulo VI em 1963. De acordo com a diocese, uma procissão de carros saiu da Praça Barão de Guaraúna, em frente a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em direção ao santuário no dia 24 de novembro de 1979.
Além do bispo Dom Geraldo Pellanda, a inauguração teve a presença de outros bispos e do representante do Núncio Apostólico à época, Monsenhor Emery Kabongo. Em 1981, a igreja era utilizada pelos monges beneditinos em 1981, responsáveis pelo local.
Quando chegaram ao município, construíram uma casa de madeira ao lado da ermida. Mas em 1985, deixaram o local e construíram o Mosteiro da Ressurreição. O santuário chegou a ser frequentado por fiéis na década de 1980, mas deixou de ser utilizado ao longo do tempo e está desativado e sem manutenção desde 2007.
A utilidade do imóvel era alvo de discussões entre a diocese e o governo do estado. O plano de manejo do Parque Estadual de Vila Velha, feito em 2004, prevê a demolição do santuário que estaria em desacordo com a unidade de conservação, já que não tem relação com a preservação ambiental e poderia causar um impacto visual no local.
As tratativas entre o governo do estado e a diocese também aconteceram para tentar restaurar a Ermida e reabrir ao público. O assunto voltou a ser discutido depois que o Parque foi concedido à iniciativa privada em 2020. A empresa que administra a unidade trabalha em conjunto com o Instituto Água e Terra e o Ministério Público para a atualização do Plano de Manejo. Procurada pela CBN, a concessionária não se manifestou.
Neste ano, o tema foi parar na Câmara Municipal quando o vereador Felipe Passos (PSDB) protocolou uma moção de apelo à prefeitura para tombar o imóvel. Até que na última segunda-feira (17), o COMPAC decidiu pelo tombamento da igreja.
Além dos conselheiros, participaram da sessão o bispo de Ponta Grossa, dom Sergio Arthur Braschi e políticos. Dom Sergio defendeu o tombamento da unidade durante discurso no Cine-Teatro Ópera. Procurada pela CBN, a Diocese não quis se manifestar oficialmente.
Mesmo com a decisão, ainda não está claro qual o destino da estrutura. Além da Ermida de Vila Velha, o Conselho também votou para preservar o Acervo Municipal de Obras de Arte, que reúne mais de 700 obras de arte.
O Tombamento pode ser aplicado aos bens materiais móveis e imóveis que tenham interesse cultural ou ambiental como fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, cidades ou regiões. Os locais tombados devem ter interesse para a preservação da memória coletiva e não podem ser destruídos ou descaracterizados.
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