O Olympics analisa o progresso feito para que os Jogos Olímpicos atingissem a igualdade de gênero e prevê algumas das dificuldades que estão por vir
O Movimento Olímpico deu grandes passos em relação à igualdade de gênero nos últimos anos. Paris 2024 será a primeira edição dos Jogos da história a alcançar a paridade numérica de gênero nas competições, com o mesmo número de atletas femininos e masculinos participando do maior evento esportivo do mundo.
Essa conquista importante foi possível graças a um grande número de iniciativas lideradas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e realizadas em parceria com o grupo de interesse do Movimento Olímpico, que incui Paris 2024, Federações Internacionais, Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) e veículos oficiais de transmissão.
“O progresso é bom”, disse a campeã mundial de esgrima Ysaora Thibus, que está profundamente envolvida em abordar questões de igualdade de gênero no esporte antes de olhar para os próximos desafios. “Também há muito o que melhorar com todos os envolvidos no esporte, incluindo outros funcionários e lideranças.”
O Olympics.com analisa algumas das conquistas do Movimento Olímpico com relação à igualdade de gênero.
Movimento Olímpico: conquistas na igualdade de gênero
Paris 1900: atletas femininas participaram pela primeira vez dos Jogos Olímpicos, quatro anos após os primeiros Jogos da era Moderna, realizados no ano de 1896 em Atenas.
1996: promover as mulheres se torna uma missão do COI e é consagrada na Carta Olímpica.
Tóquio 2020: a última edição dos Jogos foi a mais equilibrada em termos de gênero até o momento, com 48,7% de atletas mulheres - em Tóquio 1964, esse número era de apenas 13%.
Tóquio 2020: seguindo uma mudança de regra permitindo que um atleta masculino e uma feminina carregassem sua bandeira juntos durante a Cerimônia de Abertura, 91% dos CONs tinham uma porta-bandeira feminina.
Tóquio 2020: três disciplinas atingiram o equilíbrio de gênero (BMX, mountain bike e luta livre).
Pequim 2022: os últimos Jogos Olímpicos de Inverno foram os mais equilibrados em termos de gênero até o momento, com 45% de atletas do sexo feminino
Paris 2024: dos 10.500 atletas participantes dos Jogos, serão 5.250 homens e 5.250 mulheres. Serão os primeiros Jogos a atingir a paridade de gênero em termos de número de atletas.
Jogos Olímpicos da Juventude: os Jogos da Juventude Buenos Aires 2018 e os Jogos da Juventude de Inverno Lausanne 2020 atingiram a igualdade de gênero na participação geral dos atletas (2.000 atletas por gênero em 2018 e 936 em 2020).
A representação feminina no Conselho Executivo do COI é de 33,3%, contra 26,6% antes da Agenda Olímpica 2020.
Um total de 50 por cento das posições dos membros das comissões do COI são ocupadas por mulheres desde 2022, bem acima dos 20,3% antes da Agenda Olímpica 2020. Além disso, 13 das 31 comissões foram presididas por mulheres em 2022, um recorde na historia do organismo.
Paris 2024 e seu compromisso com a igualdade de gênero
Hoje, apenas um por cento das instalações esportivas na França levam nomes de mulheres. A fim de contribuir para a mudança, 70 autoridades locais certificadas “Terre de Jeux 2024” ("Terra dos Jogos 2024, tradução livre) com a ajuda do comitê Paris 2024, comprometeram-se a renomear suas instalações esportivas com nomes de mulheres proeminentes.
Em março, a cidade de Livry-Gargan, no subúrbio de Paris, nomeou seu campo de futebol como “Marianne Mako” para homenagear a ilsutre jornalista esportiva que faleceu em 2018.
Como organizadora do maior evento esportivo do mundo, Paris 2024 está trabalhando para melhorar a posição das mulheres no esporte. Enquanto as atletas femininas competiram pela primeira vez nos Jogos de Paris 1900, a França se prepara para sediar os primeiros Jogos com total igualdade numérica de gênero nas competições. Depois de escolher o rosto de uma mulher para seu emblema, Paris 2024 desenvolveu uma programação para os Jogos que garante o equilíbrio entre os gêneros para as sessões do “horário nobre” a fim de promover o esporte feminino para o público, principalmente para as meninas.
“Como a igualdade também envolve visibilidade, renomear essas instalações esportivas com nomes de mulheres é um desafio fundamental”, disse Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
“Agradecemos às autoridades locais que trabalham conosco para que, por meio dessas ações simbólicas – que não são só são fortes, mas também concretas – contribuem para tornar o desporto mais inclusivo e igualitário.”
Novos desafios para o Movimento Olímpico
Embora já tenhamos o mesmo número de atletas femininos e masculinos competindo em Paris 2024, ainda há uma diferença real de gênero em todos os cargos de liderança nos Jogos Olímpicos, tais como Chef de Mission, Oficial Técnico e treinador. Em Tóquio 2020, apenas 13% dos treinadores eram mulheres, número esse qie caiu para 10% em Pequim 2022.
O COI lançou muitas iniciativas para abordar esta questão, incluindo um trabalho em parceria com Federações Internacionais, CONs e Comitês Organizadores para abrir mais funções de treinador e caminhos para as mulheres, como o programa WISH (Women in Sport High Performance Pathway), que é financiado pela Solidariedade Olímpica. O programa visa fornecer treinamento para 100 treinadoras antes de Paris.
O COI também está empenhado em dar um passo adiante implementando um ambicioso plano para o período 2021-2024.
Em maio de 2021, o COI aprovou 21 objetivos de igualdade e inclusão de gênero para o período 2021-2024. Esses objetivos se baseiam no progresso alcançado como parte da Agenda Olímpica 2020 e do Projeto de Revisão da Igualdade de Gênero do COI e estabelecem ações para ajudar a alcançar a Recomendação 13 da Agenda Olímpica 2020+5.
Com base em consultas com partes interessadas internas e externas e levando em consideração o contexto global, os objetivos giram em torno de cinco áreas: Participação, Liderança, Esporte Seguro, Representação e Alocação de Recursos, e são categorizados nas três áreas de responsabilidade do COI: o COI como organização, o COI como proprietário dos Jogos Olímpicos e o COI como líder do Movimento Olímpico.
Das Assessorias
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