A Polícia Civil de Sengés prendeu três homens e apreendeu um adolescente suspeito de envolvimento em crimes relacionados ao tráfico de drogas e homicídios. A operação, denominada “Terminus Est”, foi realizada após a investigação da morte de Eunice Fernandes de Oliveira, de 33 anos. O corpo da vítima foi encontrado queimado e enterrado em uma cova rasa, com sinais de tortura e sem as mãos. Ela estava desaparecida desde 7 de janeiro deste ano.

Segundo o delegado Isaías Machado, Eunice foi levada no dia 6 de janeiro para um julgamento promovido por traficantes, que a acusavam de furto. No local, quatro suspeitos atacaram a vítima até a morte com um pedaço de madeira. O crime teria sido transmitido ao vivo para outros membros do grupo criminoso através de uma live.
Após a morte, o corpo foi queimado e enterrado na região. No dia 6 de fevereiro, partes do cadáver foram expostas devido à chuva e foram encontradas por um morador, que acionou a polícia. Os peritos do Instituto Médico-Legal (IML) e do Instituto de Criminalística foram até o local e, além do reconhecimento por vestimentas, foi necessário um exame genético para confirmação da identidade da vítima.
As investigações apontaram que, no dia 30 de dezembro do ano passado, outra mulher também foi vítima do grupo. Ela foi atraída para um julgamento criminoso, acusada de traição por traficantes, torturada e agredida brutalmente com um pedaço de madeira.
Assim como no caso de Eunice, o crime foi filmado e transmitido ao vivo para traficantes da região. Os agressores acreditaram que a vítima estava morta e planejaram enterrá-la depois, mas ela conseguiu se arrastar por vários metros até ser socorrida. Ela foi internada em estado grave no Hospital de Sengés e depois encaminhada para Ponta Grossa, onde ficou 15 dias na UTI. A mulher sobreviveu, mas sofreu múltiplas fraturas e hoje possui limitações para se locomover.
A Polícia Civil investiga o desaparecimento de uma possível terceira vítima, que pode ter sido morta pelo mesmo grupo.
Os três suspeitos maiores de idade tiveram prisão preventiva decretada e foram presos com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil de Sengés e Itararé, em São Paulo. Eles já tinham antecedentes criminais e cumpriram pena por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
O adolescente foi encaminhado ao Cense. Os suspeitos deverão responder pela organização criminosa para tráfico de drogas, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, tortura e ocultação de cadáver. As penas para os adultos podem ultrapassar 60 anos de prisão.
*Texto escrito a partir de informações da assessoria
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