Famílias fazem parte do mesmo grupo que está acampado no Parque das Andorinhas desde dezembro do ano passado.
Cerca de 400 famílias ocuparam um terreno no Parque dos Sabiás, no Cará-Cará, na última sexta-feira (04). Eles fazem parte do mesmo grupo que está acampado no Parque das Andorinhas desde dezembro do ano passado.
O terreno pertence à Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e é destinado para a construção do Condomínio do Idoso. Segundo a prefeitura de Ponta Grossa, o programa social deve ter início em março deste ano.
Conforme os líderes do grupo, o objetivo das ocupações é denunciar a extinção da Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar) e a venda das áreas públicas destinadas a programas habitacionais populares para a iniciativa privada.
Um projeto que tramita na Câmara dos vereadores propõe a extinção da Prolar. De acordo com a prefeitura, atualmente os programas de habitação são dos governos federal e estadual.
A gestão destaca que a Companhia não cumpre seu papel há anos, mesmo com uma estrutura com 22 funcionários e que custa R$ 6 milhões aos cofres públicos.
O projeto da administração é criar uma superintendência de habitação na Secretaria da Família e Desenvolvimento Social. A prefeitura de Ponta Grossa classificou a ação do grupo como invasão.
A gestão também deve solicitar um interdito proibitório, para que sejam impedidas novas invasões em toda a cidade. Na madrugada de sábado (05), a Polícia Militar foi acionada para desocupar o terreno.
Conforme a PM, cinco pessoas eram venezuelanas. Depois do contato com a Assistência Social, os estrangeiros foram direcionados para a casa de um familiar em Ponta Grossa.
O líder do movimento chegou a ser detido, mas assinou um termo circunstanciado. Após a desocupação, o grupo publicou uma nota em que afirmou que a ação desrespeitou a Constituição e a determinação do STF de não autorizar despejo durante a pandemia.
Eles ressaltam que a Polícia Militar não tinha mandado de reintegração de posse e que todos os barracos foram derrubados.
Em nota, o grupo relatou que os policiais acordaram as famílias com arma apontada para a cabeça e que as pessoas foram “arrancadas” das barracas com travesseiro, cobertas e pertences nas mãos.
A Polícia Militar afirmou que a ação ocorreu dentro da lei, contra o crime de esbulho possessório, quando o bem é retirado do proprietário através da violência ou clandestinidade.
Segundo a Corporação, a ação ocorreu de forma tranquila, sem incidentes e sem a necessidade do uso da força. A Polícia Militar ressaltou que vários policiais foram mobilizados para evitar incidentes e a abordagem foi realizada com os princípios técnicos.
De acordo com a PM, qualquer denúncia de condutas inadequadas dos policiais pode ser formalizada no 4º Comando Regional.
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