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CBN Ponta Grossa

RETROSPECTIVA 2022: Fechamento de hospital e superlotação em UPAs agravam crise na saúde em PG

CPI na Câmara investigou demora em atendimentos, falta de médicos e fechamento do Hospital Municipal;


Os casos de Covid-19 aumentaram após as festas de fim de ano. As mudanças englobaram a triagem nas Unidades de Saúde e de Pronto Atendimento (UPA) e a disponibilização das vagas para atendimento nas Unidades de Saúde.



Em fevereiro foi a vez do bispo da diocese de Ponta Grossa, dom Sérgio Arthur Braschi. Em tratamento contra um câncer, ele testou positivo para a Covid-19 e teve que reagendar sessões de quimioterapia.



No entanto, a CBN publicou reportagem sobre um levantamento do Laboratório Universitário de Análises Clínicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Luac-UEPG) que identificou a presença do vírus desde o ano anterior.


Com o aumento de casos, o Ginásio Oscar Pereira foi transformado em uma espécie de gripário para atendimento da população com sintomas. O objetivo era atender pessoas com casos respiratórios leves.


Ao mesmo tempo, 17 Unidades Básicas de Saúde tiveram que ser fechadas diante da alta quantidade de servidores afastados.


Além da pandemia, no início do ano, o Paraná teve que decretar epidemia de H3N2. A decisão foi tomada por causa do aumento no número de casos diários da Influenza e mortes em decorrência da doença.


Em meio a alta de casos, a vacinação contra a doença avançava na cidade. Em janeiro, uma força-tarefa da saúde iniciou a imunização de crianças de cinco a 11 anos. Em Ponta Grossa eram mais de 37 mil crianças aptas a receber a vacina que tinham que ser cadastradas e chamadas para a aplicação.





A polêmica do fim do pronto socorro infantil continuou em Ponta Grossa em 2022. Em janeiro, o Ministério Público do Paraná solicitou a instalação de um novo pronto socorro para o atendimento de crianças.


O órgão entendeu que a Unidade de Pronto Atendimento Santa Paula não conseguia suprir a demanda no município. Já a prefeitura sustentou que o atendimento primário para crianças deveria ser feito nas UBSs e casos urgentes deveriam ser tratados nas UPAs.


Com a pressão diante de filas e superlotação do sistema de saúde, a prefeitura anunciou em abril a retomada do Pronto Atendimento Infantil no Hospital Universitário Materno-Infantil. O atendimento seria integrado ao sistema do município através de uma parceria da Prefeitura com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e o Governo do Estado.


Somado a isso, em março o centro cirúrgico do Hospital Municipal Doutor Amadeu Puppi foi fechado após avaliação da Vigilância Municipal. Os pacientes foram direcionados a outros hospitais. Segundo a Administração, o fechamento foi necessário por problemas na estrutura do telhado do local e não tem relação com questões de higiene.


O Hospital Municipal realizava em média seis cirurgias por dia, entre ortopédicas de média complexidade e cirurgias gerais. Quinze dias depois, os problemas estruturais da unidade fizeram com que todo o hospital fosse fechado para reformas.


A avaliação da prefeitura era de que existe um problema crônico, já que o Hospital nunca passou por reformas completas desde a inauguração, há cerca de 45 anos. O fechamento foi necessário porque a obra seria feita também na parte elétrica e hidráulica da estrutura.


Os pacientes foram transferidos para unidades da cidade e da região. Segundo a prefeita, a decisão de suspender os atendimentos foi tomada principalmente por causa das chuvas. A estimativa era de que a obra custaria cerca de R$ 12 milhões.



No que seria o auge da crise da saúde de Ponta Grossa, o secretário Rodrigo Manjabosco foi exonerado do cargo no final de abril. A demissão foi anunciada por meio de nota oficial. De acordo com Elizabeth Schmidt, a mudança de comando "se deu pela necessidade de um novo modelo de planejamento e gestão para a saúde".


A prefeita Elizabeth Schmidt assumiu interinamente a presidência da Fundação Municipal de Saúde, mas o decreto de nomeação foi revogado um dia depois. Para tentar resolver os problemas, a prefeita anunciou cinco medidas que reorganizaria o sistema de saúde do município.


Por meio da assessoria de imprensa, a prefeita afirmou que cansou da “lentidão e da falta de planejamento” e pediu desculpas para “as mães e para as pessoas que não foram bem atendidas no sistema de saúde da cidade”.



A prefeita anunciou, ainda, a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro de Uvaranas, próximo ao Terminal, com previsão de ser finalizada no ano que vem. Anunciou também a reforma de outras 15 Unidades Básicas de Saúde.





A CPI investigou os atendimentos de saúde, a contratação de médicos, os estudos para fechamento de Unidades Básicas de Saúde, remanejamento das equipes e a demora por atendimentos.



Conforme a CPI, 40 pessoas foram ouvidas nesse período, incluindo ex-secretários e servidores da saúde do município.


Em outubro, quase 6 mil doses de vacinas contra a Covid-19 perderam o prazo de validade em Ponta Grossa. A denúncia foi feita por integrantes da CPI que criticaram a sistema de vacinação.


A presidente da Fundação Municipal de Saúde, Juliane Dorosxi, participou de uma sessão da Câmara Municipal para explicar o caso. Ela disse que o motivo do vencimento foi a baixa procura e que a secretaria não abaixou a faixa etária porque dependia de estudos técnicos.


Outro desafio enfrentado em Ponta Grossa foi a falta de medicamentos em farmácias. Redes relataram escassez de remédios principalmente para o tratamento de doenças respiratórias. No município, não houve falta de remédios nos hospitais, mas a dificuldade na compra de alguns medicamentos.


Em maio, um convênio para a construção do Instituto Médico Legal foi assinado em Ponta Grossa. A estrutura vai ser construída no Campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com investimento de cerca de R$ 13 milhões e deve ficar pronta até novembro do ano que vem.


No local, será construída a sede da Polícia Científica, com o Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal. O convênio prevê ainda um Centro de Anatomia para aulas e pesquisas desenvolvidas nos cursos da área da saúde da UEPG.


As necropsias e exames são realizados em um espaço provisório em anexo ao Hospital Universitário Regional desde 2018, quando a sede do IML no bairro Nova Rússia foi interditada para obras em um muro que ameaçava cair.


Uma reportagem publicada pela CBN trouxe a preocupação de funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) nos Campos Gerais com o atraso no pagamento de salários.



O levantamento foi feito pelo Observatório de Saúde na Infância, que reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).



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