A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) alerta para os problemas causados pelo despejo de resíduos sólidos na rede coletora de esgoto, como obstruções da tubulação, sobrecarga do sistema e extravasamentos de esgoto. A companhia opera 269 estações de tratamento de esgoto (ETEs) em 345 municípios do Paraná, coletando esgoto de mais de 80% da população e tratando 100% desse volume.
O esgoto percorre um complexo sistema de tubulações até chegar às estações de tratamento, onde passa por processos biológicos e físico/químicos antes de ser lançado nos rios, conforme as exigências ambientais. Qualquer resíduo sólido que entra na rede pode causar problemas no sistema. Segundo Alessandro Gian Perini, agente técnico da Gerência do Processo Esgoto, um único litro de óleo de cozinha jogado na rede pode contaminar milhares de litros de água e afetar o processo de tratamento.
Despejar água da chuva na rede coletora pode causar refluxo de esgoto, extravasamento nas ruas e alagamentos. Além disso, o descarte de água da chuva e esgoto na galeria pluvial são crimes ambientais sujeitos a multas. Efluentes não domésticos, produzidos por indústrias e comércios, também comprometem o processo de tratamento e requerem um procedimento específico de gestão.
Para prevenir e solucionar problemas, a Sanepar investe em processos contínuos de manutenção e conscientização, realizando vistorias técnicas e manutenções preventivas nas tubulações. Tecnologias como o telediagnóstico, que filma internamente as tubulações para identificar problemas, e localizadores que reduzem o campo de intervenção, são utilizadas para detectar e corrigir desgastes e rompimentos.
A regularização das ligações internas é obrigatória para imóveis com caixa de gordura ineficiente, despejo de esgoto em fossa séptica e lançamento de água da chuva na rede de esgoto. A Sanepar notifica os clientes para corrigirem irregularidades e aplica sanções em caso de não conformidade.
No site da Sanepar, os clientes encontram um guia com informações sobre o que pode e o que não pode ser descartado na rede coletora de esgoto. Entre os itens permitidos estão água do banho e da descarga, enquanto papel higiênico, óleo usado e entulho estão entre os itens proibidos.
Por Vitória Testa, com supervisão de Emmanuel Fornazari
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