Cooperativas passam por fiscalizações e devem seguir uma série de normas para garantir a segurança dos trabalhadores.
O Paraná tem 62 cooperativas agropecuárias, conforme um levantamento feito pelo Sistema Ocepar. Juntas, somam um patrimônio líquido de R$ 37 bilhões e mais de 107 mil funcionários. Segundo o levantamento, feito em dezembro do ano passado, o número de associados chega a quase 200 mil no estado.
São unidades destinadas ao estoque e produção de soja, milho, trigo, cevada, pecuária de leite e suinocultura. Além de sementes e aveia. As cooperativas são consideradas determinantes para o setor produtivo do Paraná.
A maioria delas fica na região Centro Sul, que compreende os Campos Gerais. São 20, de acordo com o levantamento. Em seguida, o Noroeste com 18 e o Oeste com 12. A região Sudoeste tem oito e o Norte, quatro.
Fiscalizações
Além de passar por fiscalizações e controle de qualidade, esses locais também devem seguir uma série de legislações para garantir a segurança dos trabalhadores. Entre elas, a Norma Regulamentadora 33 que regula o que deve ser feito em ambientes fechados e enclausurados como os silos.
As regras existem para prevenir acidentes como o de Palotina, no oeste do estado, que matou oito pessoas e deixou outras 11 feridas. A série de explosões em silos da cooperativa C.Vale aconteceu na quarta-feira.
A cooperativa é uma das maiores do Brasil e registrou faturamento de R$ 22,6 bilhões no ano passado. A empresa atua na área de grãos, leite, peixe e suínos, e tem 26 mil associados. Em entrevista à CBN Ponta Grossa, o engenheiro Celso Valério Antunes explicou as possíveis causas das explosões. (Ouça abaixo).
Antunes é professor do curso de engenharia química do UniCuritiba nas áreas de Fenômenos de Transporte, Transferência de Massa, Escoamento, Agitação e Mistura. Ele afirmou que a poeira armazenada nos silos pode ter sido o combustível, mas que uma sucessão de fatores contribuiu para a explosão.
Em entrevista ao Jornal da CBN, o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, afirmou ter certeza de que a cooperativa em Palotina tinha um sistema de segurança para evitar casos como o da explosão. A posição foi acompanhada pelo presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, que disse se tratar de uma fatalidade.
Investigação
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as causas do incidente. A Polícia Científica está utilizando um equipamento scanner 3D e um drone de grande resolução para auxiliar o levantamento pericial.
Para o professor Celso Valério Antunes, o acidente em Palotina deve chamar a atenção de outras cooperativas para aumentar o treinamento e a segurança.
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