Cooperativas apresentam ações sustentáveis na Agri Zone da COP30
- CBN Ponta Grossa
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As atividades da Agri Zone na COP30 mostraram como o cooperativismo vem unindo desenvolvimento econômico, preservação ambiental e impacto social. No segundo dia de debates, representantes da Coplacana, Cooxupé, Camta e D’Irituia participaram de painéis que apresentaram experiências voltadas à bioeconomia, descarbonização e rastreabilidade.

No painel Bioeconomia regenerativa da Amazônia: do carbono circular à cooperação sustentável, mediado pelo coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, os participantes destacaram a cooperação como caminho para ampliar modelos de restauração produtiva.
O gerente sênior de Relacionamento e Abastecimento da Sócio Biodiversidade da Natura, Mauro Costa, afirmou que incluir as florestas tropicais na pauta da conferência é um legado da COP30. Segundo ele, a geração de renda e riqueza depende do fortalecimento de organizações locais, como cooperativas e associações.
O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Osvaldo Kato, apresentou alternativas ao sistema de derruba e queima, substituindo o fogo pelo uso da vegetação secundária como fonte de matéria orgânica. Ele explicou que o desenvolvimento de sistemas agroflorestais diversificados, com culturas como cacau, açaí e dendê, é uma estratégia de restauração e aumento de produtividade. Para Kato, a organização coletiva das cooperativas é essencial para manter a diversificação.
A coordenadora de Projetos da Cooperativa D’Irituia, Maria Fernanda Lima, destacou a importância dos Sistemas Agroflorestais e dos créditos de Pagamento por Serviços Ambientais. A cooperativa tem 42 cooperados e impacto indireto em mais de 200 famílias, com apoio técnico da Natura. Ela explicou que o projeto de PSA está em fase piloto e que o processo tem sido construído junto com as comunidades locais.
O diretor da Camta, Cláudio Sugaya, relatou experiências com sistemas agroflorestais e com os créditos de serviços ambientais. A cooperativa exporta frutas e derivados para Europa, Ásia e América do Norte, com rastreabilidade e compromisso ambiental. Segundo ele, os sistemas agroflorestais ajudam a recuperar áreas degradadas e garantem renda a agricultores familiares cooperados.
O secretário nacional de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Moisés Savian, apresentou experiências da AgriHub e destacou as ações do governo para apoiar produtores na transição para modelos sustentáveis. Ele mencionou a regulamentação de novos instrumentos, editais direcionados e fortalecimento do crédito rural como formas de estimular inovação e ampliar oportunidades.
No espaço Agrosfera UPL, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano, e o diretor administrativo do Conselho da Coplacana, João Paulo Félix dos Santos, participaram de um videocast sobre sustentabilidade.
Débora explicou que o cooperativismo é sustentável por essência, unindo responsabilidade ambiental, social e econômica. Ela apresentou o Programa ESGCoop, que comprova a sustentabilidade das cooperativas, e destacou a importância de parcerias estratégicas.
João Paulo falou sobre o Programa de Descarbonização da Coplacana, que prevê redução de emissões de carbono de 10% até 2027, 50% até 2035 e neutralidade total até 2040. O programa é desenvolvido com base na Solução Neutralidade de Carbono do ESGCoop e já rendeu à cooperativa o selo prata do GHG Protocol. Ele também citou o PASS, criado com a UPL, que cuida dos planos de sustentabilidade de 200 produtores cooperados.
No painel Rastreabilidade total da cadeia de alimentos do Fórum Planeta Campo, a gerente de ESG da Cooxupé, Natália Carr, falou sobre a importância do cooperativismo cafeeiro na transição para uma economia de baixo carbono. Ela apresentou o protocolo de sustentabilidade Gerações, que incentiva práticas ambientais, sociais e econômicas mais sustentáveis, com foco na sucessão familiar e na valorização do café responsável.
Natália ressaltou que o cooperativismo integra tradição e tecnologia para fortalecer a produção regenerativa. Ela destacou o trabalho de rastreamento e certificação do café produzido pelos 21 mil cooperados da Cooxupé, 96,7% deles pequenos agricultores responsáveis por 60% da produção total exportada para mais de 50 países.




