Cooperativas mostram ações de bioeconomia na COP30
- CBN Ponta Grossa

- 12 de nov.
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O painel “Cooperativismo e Bioeconomia: da floresta ao sertão” abriu as atividades do cooperativismo na Green Zone da COP30. O encontro reuniu representantes de cooperativas da Amazônia e do semiárido, além de integrantes da iniciativa privada e do governo brasileiro. O objetivo foi discutir a transição para uma economia verde com base no protagonismo das comunidades que vivem e produzem nos territórios.

Durante o painel, foram apresentadas experiências que unem sustentabilidade, inclusão produtiva e valorização dos saberes tradicionais. A mediação ficou a cargo da gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano. Ela destacou a importância das políticas públicas voltadas à valorização da socioeconomia e do papel das cooperativas nesse processo.
Segundo Débora, as cooperativas têm uma natureza singular por serem formadas por pessoas que vivem e produzem nas regiões onde a bioeconomia acontece. Ela afirmou que o Brasil pode movimentar até 140 bilhões de dólares por ano até 2032 com a bioeconomia do conhecimento. De acordo com ela, as cooperativas têm potencial para garantir que esse impacto ocorra de forma rápida e eficiente.
A gerente reforçou que as cooperativas estão presentes onde as soluções nascem, nas comunidades e nos saberes tradicionais. O desafio, segundo ela, é garantir que o valor gerado pela bioeconomia retorne a esses territórios e impulsione o desenvolvimento local.
Entre as experiências apresentadas, a Coopatrans, dona da marca Cacauway, mostrou como o cooperativismo ajudou a reorganizar a cadeia do cacau na Transamazônica. A vice-presidente da cooperativa, Mônica Franco, destacou que o movimento cooperativista passou por uma virada cultural na região. Ela lembrou que, há 15 anos, o cooperativismo era desacreditado e que, com a criação da Coopatrans, novas cooperativas surgiram, fortalecendo o setor.
Mônica também ressaltou a importância simbólica da presença na COP30 e afirmou que cooperar é o que faz a diferença.
A Cooperativa Ser do Sertão apresentou um modelo de agrofloresta e reflorestamento que vem recuperando áreas degradadas no semiárido da Bahia. A presidente, Valdirene Nascimento, relatou a evolução do trabalho, que começou com a produção artesanal de polpa de umbu e se transformou em uma indústria sustentável liderada por mulheres.
Atualmente, a cooperativa absorve a produção de 16 municípios, passou de 150 para 362 cooperados e utiliza energia solar. Valdirene afirmou que o projeto mostra ser possível recuperar a Caatinga e gerar renda com sustentabilidade. Ela definiu a participação na COP30 como um divisor de águas e disse que espera que o modelo da cooperativa ajude a influenciar políticas públicas e projetos que respeitem as particularidades de cada território.








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