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  • CBN Ponta Grossa

Em decisão histórica, Ponta Grossa reconhece expressões culturais como bens imateriais

Até então somente prédios e bens materiais eram reconhecidos como históricos na cidade.

Pela primeira vez na história, Ponta Grossa reconheceu expressões culturais como patrimônios imateriais do município. Até então somente prédios e bens materiais eram reconhecidos como históricos na cidade.


Uma sessão pública de salvaguarda realizada na última segunda-feira (08) reconheceu oficialmente a Banda Lyra dos Campos, o Artesanato em Palha e a Devoção em torno do túmulo de Corina Portugal como patrimônios imateriais da cidade.


As expressões foram reconhecidas pelos integrantes do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac). Na prática, a decisão firma o compromisso do município em manter essas expressões e garantir que elas não sejam esquecidas na cidade. Do total de 21, 16 conselheiros participaram da votação.


Os conselheiros foram unanimes no parecer favorável para a Banda Lyra e a Devoção em torno do túmulo de Corina Portugal. Já o Artesanato em Palha teve 14 votos favoráveis.


A Banda Lyra dos Campos foi criada em 1952 com o objetivo de promover apresentações para a comunidade e ensinar jovens de todas as classes sociais, visando passar conhecimento para seus alunos tornando-os músicos profissionais.


Um dos idealizadores foi o Maestro Paulino, que hoje dá nome ao Conservatório Municipal. Atualmente a banda realiza concertos em teatros, praças e escolas, além de estar presente nas principais inaugurações realizadas pelo poder público.


O túmulo de Corina Portugal é o mais visitado do Cemitério São José. Ela é considerada por devotos uma santa popular da região, embora não tenha registro oficial por parte da Igreja Católica.

As romarias começaram algum tempo depois de sua morte em 1889. Na época, Corina Portugal foi assassinada pelo próprio marido Alfredo Marques de Campo com 32 facadas. Portuga era de uma família rica do Rio de Janeiro e casou ainda adolescente com o farmacêutico mais velho.


O casamento foi em regime de separação de bens, devido às grandes posses que a família Portugal detinha. Alfredo considerou uma ofensa por parte do sogro porque não possuía bens materiais.


O casal então se mudou para Ponta Grossa e morava em uma casa alugada perto da Catedral Sant’Ana. Ele cuidava de um estabelecimento que manipulava medicamentos. No entanto, era comum frequentar prostíbulos em Ponta Grossa e Castro, exagerar nas bebidas alcoólicas e perder muito dinheiro em jogos.


Com isso, Alfredo começou a agredir a esposa. No dia 26 de abril de 1889 perdeu a farmácia em um jogo e assassinou Corina Portugal. O crime é lembrado por ponta-grossenses até hoje e muitas mulheres que sofrem violência doméstica visitam o túmulo com pedidos.


Já o artesanato em palha é produzido na cidade desde sua fundação. A palha especial de milho dá forma a diversos bonecos que referenciam figuras locais, como tropeiros, santinhos e a típica gralha azul do Paraná.


A origem do artesanato é atribuída à soma de conhecimentos dos povos indígenas e dos tropeiros, ambos povos com domínio da cestaria e da tecelagem com fibras naturais.


Entre as expressões já conhecidas que podem entrar em discussão estão o Festival Nacional de Teatro, o Festival Universitário da Canção, a Festa do Divino e a München Fest. A sessão de salvaguarda integra a Semana do Patrimônio Cultural que acontece até sexta-feira (12).


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