Gaeco deflagra operações contra organização criminosa em PG
- CBN Ponta Grossa
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O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do Núcleo de Ponta Grossa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta terça e quarta-feira, dias 4 e 5 de novembro, as operações “A Rede”, “Muralha de Areia” e “Vértice”. A ação contou com apoio da Polícia Científica e dos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e do Ceará.

As investigações apuram a atuação de uma organização criminosa de abrangência nacional envolvida em crimes de furto mediante fraude, estelionato eletrônico, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e tráfico de drogas. O grupo operava a partir de uma falsa central telefônica instalada em Ponta Grossa, usada para aplicar golpes financeiros em diferentes estados.
De acordo com o MP, foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, 38 ordens de sequestro de valores e ativos financeiros, bloqueio de 11 veículos e sequestro judicial de seis imóveis. As ordens foram autorizadas pela 3ª Vara Criminal de Ponta Grossa e executadas no Paraná (Ponta Grossa, Curitiba e Foz do Iguaçu), Ceará (Fortaleza e Itaitinga), Rio de Janeiro (Mesquita, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mangaratiba e Rio de Janeiro) e São Paulo. As investigações começaram em fevereiro, após uma denúncia anônima.
Operação “A Rede”
A primeira fase da operação teve como foco a desarticulação de uma estrutura criminosa especializada em golpes bancários. Segundo o Ministério Público, os suspeitos se passavam por funcionários de centrais de segurança de instituições financeiras, utilizando técnicas de engenharia social para obter dados e códigos de segurança das vítimas.
Com essas informações, hackers conseguiam acessar contas bancárias e transferir valores. Em um dos casos investigados, uma empresa de São Paulo teve R$ 564,8 mil furtados. Outro golpe, contra um cliente com saldo de R$ 5 milhões, só não foi concluído porque o gerente do banco percebeu a tentativa e alertou o cliente.
O dinheiro obtido com os golpes era movimentado por meio de uma rede de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas em vários estados. O grupo também utilizava empresas de fachada, entre elas uma registrada como comércio de artigos de pesca, para ocultar a origem dos valores.
A partir dessa investigação, surgiram indícios que levaram às operações “Muralha de Areia” e “Vértice”.
Operação “Muralha de Areia”
Durante o monitoramento de comunicações entre os suspeitos, o Gaeco identificou indícios de corrupção ativa e passiva dentro do sistema prisional. Segundo o MP, houve a compra de benefícios ilegais concedidos a presos da Unidade de Progressão de Ponta Grossa, incluindo uso de celular em local de trabalho externo e liberação irregular de saídas.
Operação “Vértice”
As investigações também apontaram o envolvimento de parte dos investigados com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro relacionada ao tráfico. O esquema incluía pagamentos a fornecedores por meio de empresas de fachada localizadas em outros estados e na região de fronteira com o Paraguai.
De acordo com o MP, uma dessas empresas movimentou mais de R$ 43,6 milhões apenas em 2025, o que indica a atuação em larga escala no tráfico de drogas.




