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  • CBN Ponta Grossa

Gilson Aguiar: Até onde vai o vazio do ser humano?




Lendo uma dissertação de mestrado, li está paródia. Ela diz muito sobre a ganância humana. Em tempos de clima estranho, secas prolongadas, temporais desmedidos e queimadas, ela pode nos ajudar a refletir sobre nossa ganância insaciável. 


Um homem triste e desolado, olhava do alto de um penhasco o horizonte. Dos seus olhos se viam expressa uma desolação sem fim. A dor silenciosa era tanta que os animais se comoveram e aos poucos se aproximaram dele. A primeira a chegar foi a coruja, que perguntou ao homem, o que está te deixando tão triste? Mas ele nada respondeu.


Aos poucos, o ser humano mergulhado em sua tristeza viu-se cercado de todos os animais da terra. Foi aí que a águia lhe perguntou, o que podemos fazer para cessar sua tristeza? Peça o que quiser e te daremos. 


O homem então afirmou me dá a sua capacidade de enxergar, a águia lhe atendeu. Na sequência, o homem pediu ao leão que lhe desse a sua coragem, foi também prontamente atendido. Não satisfeito, pediu a serpente que lhe ensinasse os seus caminhos, a serpente lhe ensinou. Depois de pedir a cada animal a sua melhor qualidade, ele pediu a coruja a sua sabedoria, o que também foi atendido. Diante de todos os seus desejos satisfeitos, o homem se retirou e saiu. 


A coruja então, preocupada, disse que daquele momento em diante temia mais o homem por tudo o que ele sabia de todos os animais. O cervo, contudo, se contrapôs e considerou que agora que o homem estava satisfeito, nada lhe deixaria triste. Porém, a ave sábia, retrucou, o olhar do homem era de uma tristeza profunda, uma expressão de um vazio interior infinito, como que tudo quer e nada lhe completa. Temo que o ser humano vai tirar tudo de todos, da terra tudo o que ela pode dar, até que um dia ela deixe de existir. 


Até onde vai a ganância humana?


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