Intensidade dos tornados no Paraná é atualizada para categoria F4
- CBN Ponta Grossa
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O laudo técnico que detalha a trajetória e a classificação dos tornados registrados no Paraná em 7 de novembro atualizou para F4 a intensidade dos fenômenos que atingiram Rio Bonito do Iguaçu e Guarapuava. A conclusão foi divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná, que manteve em F2 a categoria do tornado registrado em Turvo.

Ao todo, onze municípios foram atingidos: Rio Bonito do Iguaçu, Turvo, Guarapuava, Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Laranjeiras do Sul, Virmond, Cantagalo e Candói. Inicialmente, a estimativa era de que os ventos em Rio Bonito do Iguaçu e Guarapuava chegassem a 250 km/h, nível F2. Dias depois, novos dados elevaram a classificação em Rio Bonito do Iguaçu para F3, com 330 km/h. A nova análise indica que os ventos superaram esse valor.
A escala Fujita classifica os tornados em seis níveis:
F0 – ventos entre 65 km/h e 116 km/h;
F1 – 116 km/h a 180 km/h;
F2 – 180 km/h a 253 km/h;
F3 – 253 km/h a 332 km/h;
F4 – 332 km/h a 418 km/h;
F5 – 418 km/h a 511 km/h.
Rio Bonito do Iguaçu, que tem cerca de 14 mil habitantes, registrou quase 1,5 mil casas danificadas. Mais de 11 mil pessoas foram afetadas e cerca de 1,1 mil ficaram desabrigadas ou desalojadas. Seis pessoas morreram na cidade, e outra morte foi registrada em Guarapuava. No total, segundo as autoridades, ao menos 835 pessoas ficaram feridas no estado e precisaram de atendimento médico.
O laudo aponta que o Paraná é o segundo maior corredor de tornados do mundo e destaca que o evento estimulou debates sobre o impacto das mudanças ambientais e da intervenção humana na natureza. Desde o desastre, ações de governo e voluntários trabalham na reconstrução de Rio Bonito do Iguaçu.
O documento, com mais de 130 páginas, reúne análises que integram meteorologia, geointeligência, sensoriamento remoto e análise geoespacial. O trabalho envolveu equipes do Simepar, com apoio do Corpo de Bombeiros, Instituto Água e Terra e Defesa Civil do Estado. A conclusão é de que o evento está entre os maiores do tipo no Paraná nos últimos 30 anos, considerando número de tornados, pessoas atingidas e níveis de destruição.
O Simepar explica que o ramo frio de um ciclone extratropical formado sobre o Sul do Brasil favoreceu o desenvolvimento das tempestades no dia 7 de novembro. Algumas nuvens evoluíram para supercélulas, com rotação e condições propícias para a formação de tornados. Duas dessas supercélulas provocaram três tornados nas regiões Sudoeste e Centro-Sul do estado, classificados pela Escala Fujita com base nos danos observados e nas velocidades estimadas.




