Orquestra de PG tem maioria de músicos residentes na cidade

A Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa vive, em 2025, um momento histórico. Pela primeira vez desde sua retomada, em 2008, a maioria dos músicos reside na cidade. Dos 59 integrantes, 38 moram em Ponta Grossa, o que representa 63% do grupo.

A Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa  é uma das mais antigas do Brasil Foto: Divulgação

Um dos maiores desafios enfrentados pela Orquestra era a seleção de músicos. O alto nível técnico exigido nos testes seletivos fez com que, durante mais de uma década, a maior parte dos aprovados viesse de Curitiba e região metropolitana. Nesse período, os ponta-grossenses representavam apenas uma minoria.

Esse cenário começou a mudar com o trabalho do Conservatório Dramático Musical Maestro Paulino Martins Alves. O secretário municipal de Cultura, Alberto Portugal, explica que a mudança foi resultado de um processo consistente de formação musical.

De acordo com o maestro Rafael Rauski, o avanço atual é reflexo direto do trabalho educacional realizado pelo Conservatório. Ele afirma que hoje os alunos disputam em igualdade de condições nos testes seletivos e conquistam espaço de forma legítima dentro da Orquestra. Para o maestro, esse resultado é fruto de anos de investimento e dedicação, especialmente na área das cordas, onde antes havia falta de músicos locais com formação técnica suficiente.

O diretor do Conservatório, Eziquiel Ramos, destaca que a mudança foi resultado de um planejamento pedagógico estruturado. Uma das ações principais foi a criação da Orquestra de Cordas, que permitiu aos estudantes vivenciar práticas coletivas desde cedo. Segundo Ramos, essa experiência acelerou a aprendizagem e contribuiu para a formação de músicos mais preparados.

Fundada em 1954, a Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa é mantida pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. Com mais de 70 anos de história, é uma das mais antigas do Brasil e conta atualmente com 59 músicos. A formação reúne cordas friccionadas, madeiras, metais e percussão, o que possibilita a execução de obras de diferentes períodos da história da música, da renascentista até a contemporânea, além de arranjos adaptados para o repertório popular.