Pesquisa mostra aumento de 12°C na superfície de PG em 30 anos

Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Ponta Grossa identificou que a superfície da cidade registrou aumento médio de 12 graus Celsius entre 1992 e 2022. O estudo faz parte das ações do Napi Emergência Climática, que envolve universidades do Paraná, e foi divulgado durante a semana da COP-30, realizada no Brasil.

O trabalho deve ser publicado em breve no repositório da UEPG Foto: Divulgação

O trabalho foi desenvolvido pela estudante de Licenciatura em Geografia Kamille Gastler, orientada pelo professor Gilson Cruz. A pesquisa analisou como a urbanização modificou a temperatura em quatro regiões de Ponta Grossa: Boa Vista, Cará-Cará, Contorno e Neves. Foram utilizadas imagens dos satélites Landsat 5 e Landsat 8, avaliando os locais no inverno e no verão ao longo de três décadas.

Segundo a pesquisadora, áreas que tinham vegetação e até florestas na década de 1990 passaram a abrigar loteamentos privados e prédios em 2022. O estudo aponta que materiais urbanos, como asfalto e telhados, retêm mais calor, contribuindo para o aumento. A variação na superfície também influencia o ar, que tende a registrar temperatura cerca de 3 graus menor.

O professor Gilson Cruz, do Departamento de Geociências da UEPG e integrante do Napi, explica que esse aumento pode ser percebido por moradores antigos das regiões analisadas. Ele destaca que as alterações contribuem para a formação de ilhas de calor e reforça que a arborização urbana é uma das formas de mitigação.

A equipe pretende ampliar os métodos de pesquisa a partir do próximo ano, com uso de câmeras termais e termômetros digitais. O objetivo é obter dados mais precisos, já que imagens de satélite podem ser limitadas em dias nublados ou chuvosos.

O trabalho, aprovado com nota máxima, deve ser publicado em breve no repositório da UEPG.