À CBN, pesquisadora falou sobre a pesquisa que vai realizar nos próximos dois anos na UEPG.
Milhões de pessoas tiveram que deixar a Ucrânia desde fevereiro com o início da Guerra no Leste Europeu. A maioria fica em países da europa como Polônia, Romênia, Moldávia e Hungria.
No Brasil, os refugiados se concentram principalmente no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Muitas das pessoas que deixam seu país de origem abandonam o trabalho e família em busca de uma oportunidade de reconstruir a vida em outro local.
É o caso da pesquisadora Lesia Zolota. Ela estava refugiada na Alemanha com o marido e dois filhos. Por meio de um programa de acolhida do governo do Paraná, ganhou uma bolsa para realizar uma pesquisa na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
A família chegou a Ponta Grossa no início do mês e deve ficar na cidade por dois anos. Entre as barreiras que eles enfrentam está a da língua. A pesquisadora não fala português e tem dificuldades no inglês.
Em entrevista à CBN, ela disse em inglês que se sente muito bem depois que chegou em Ponta Grossa e que o Brasil é um país acolhedor. A pesquisadora está incluída em um Programa de Acolhida a Cientistas Ucranianos, promovido pela Fundação Araucária e Superintendência Geral da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
O programa tem o objetivo de prestar acolhimento social, em forma de apoio, nas atividades cotidianas dos pesquisadores ucranianos e suas famílias, para integrá-los socialmente, a partir da vivência acadêmica e social. No total, será disponibilizado o valor de R$ 18 milhões para subsídio.
A expectativa é de que cerca de 50 pesquisadores ucranianos recebam bolsas para realizar pesquisas por dois anos. Os profissionais recebem R$ 10 mil por mês, que é a média salarial de um professor visitante nas Universidades do Estado.
Na chegada à cidade, a equipe da universidade apresentou a Casa Internacional da UEPG, local em que a família está hospedada por algumas semanas até mudança para residência permanente.
Ainda no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a família ucraniana foi recebida com uma faixa em que estava escrito “Bem-Vindos”, em português e ucraniano. A equipe da UEPG também presenteou a pesquisadora com um buquê de rosas azuis e trigo, representando as cores da bandeira ucraniana.
Lesia Zolota já conheceu a Universidade e alguns pontos de Ponta Grossa. Além de conversar com descendentes de ucranianos que moram na cidade. Foi durante uma visita ao Museu Campos Gerais que a pesquisadora concedeu entrevista à CBN. (Ouça a reportagem abaixo).
Lesia é pesquisadora na área de propriedade intelectual e vai atuar no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG pelos próximos dois anos.
Conforme a UEPG, a professora vai desenvolver uma pesquisa de levantamento e proteção ao patrimônio imaterial relacionado à imigração ucraniana no Centro-Sul paranaense. A ideia é que Lesia oriente dois mestrandos.
Ela vai atuar nos aspectos cultural e jurídico do patrimônio ucraniano e, eventualmente, traduzir essa pesquisa em artigos e um livro sobre o tema. A família vai receber assistência durante todo o período de permanência na UEPG.
Estagiários foram escolhidos para acompanhar os ucranianos na busca por moradia, orientação no transporte público, obtenção de documentos na Polícia Federal e abertura de conta em agência bancária.
A pesquisadora também vai fazer aulas de português para estrangeiros na Escola de Línguas, Literaturas e Culturas da Universidade. Outro objetivo da UEPG é promover a integração entre a família e as comunidades ucranianas da região.
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