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  • CBN Ponta Grossa

ELEIÇÕES 2022: Candidatos com recursos em tribunais tiveram mais de 185 mil votos no Paraná

De acordo com o TSE, 92.290 votos foram destinados a candidatos a deputados federais "sub judice".

Foto: TSE

Mais de 185 mil votos estão suspensos no Paraná porque foram destinados a candidatos que ainda têm recursos em tribunais. Essa votação é contabilizada separadamente e pode ser anulada caso os registros sejam barrados pela Justiça Eleitoral.


Em todo o país, os candidatos que concorreram “sub judice” receberam quase 4 milhões de votos na eleição de primeiro turno, no dia dois de outubro. Os processos correm nos tribunais regionais eleitorais e os candidatos ainda podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


O Paraná é o quarto estado com mais votos anulados a partir de candidaturas “sub judice”. Rio de Janeiro está em primeiro no ranking com 1.816.393, a maioria do deputado federal Daniel Silveira (PTB), que recebeu 1,5 milhão de votos para o Senado.

Em seguida estão São Paulo, com 609.863 anulações e Paraíba com 463.954 votos que foram anulados com esse tipo de candidatura.


No Paraná, votos foram anulados de candidatos ao governo, senado, assembleia legislativa e Câmara Federal. De acordo com o TSE, 92.290 votos foram destinados a candidatos a deputados federais "sub judice".


Desse total, 80% são do ex-prefeito de Ponta Grossa Jocelito Canto (PSDB). Ele foi candidato a uma das 30 vagas à Câmara Federal em Brasília e teve 74.348 votos. O partido conquistou apenas uma cadeira, que seria de Canto se não fosse um processo judicial de 2013.


Na época, ele foi condenado por irregularidades na prestação de serviços de um policial militar. A Justiça entendeu que o PM era responsável pela segurança particular enquanto Canto era prefeito de Ponta Grossa, entre 1997 e 2000. O processo causou uma condenação por improbidade administrativa.


Em entrevistas durante a campanha, Jocelito Canto repetiu que o soldado fazia sua segurança por determinação do governo do estado.


O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná entendeu que o ex-prefeito não pagou a pena civil a tempo de se tornar elegível e por isso indeferiu a candidatura. Um recurso foi negado no Tribunal logo após o primeiro turno das eleições. O processo agora deve ser debatido no Tribunal Superior Eleitoral em Brasília.


A vaga conquistada por Jocelito Canto foi herdada pelo ex-governador do Paraná, Beto Richa, que fez 64.868 votos para deputado federal. Em 2018, foi preso durante a campanha para o senado e também foi alvo de outras três operações que investigavam desvio de dinheiro público, obstrução de justiça e organização criminosa. Richa sempre negou as acusações e neste ano se tornou elegível a partir da anulação de processos.


De acordo com o TSE, Jocelito Canto recebeu 55.684 votos e foi o deputado mais votado na cidade de Ponta Grossa, com 30% do total. Já Beto Richa foi votado por pouco mais de mil ponta-grossenses, representando 0,58% do total.


Caso o recurso no TSE seja negado, Ponta Grossa vai continuar com dois representantes em Brasília, os deputados Sandro Alex (PSD) e Aliel Machado (PV).


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