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  • CBN Ponta Grossa

Ministério Público recomenda auditoria nas contas da concessionária do transporte coletivo de PG

Prefeitura de Ponta Grossa agora tem 10 dias para informar ao Ministério Público se acatará a recomendação.

Foto: Thailan Jaros/CBN Ponta Grossa

O Ministério Público do Paraná recomendou que a prefeitura de Ponta Grossa não repasse novos valores à concessionária do transporte coletivo sem antes fazer uma auditoria na situação financeira da empresa.


Em maio deste ano, a prefeitura repassou R$ 1.718.363,37 como indenização à concessionária por conta do lockdown do inicio do ano, quando o transporte coletivo foi proibido de operar na cidade.


Esse dinheiro foi usado para o pagamento dos salários. Na época, o repasse teve que passar pela aprovação dos vereadores.


Na decisão, o promotor de justiça Márcio Pinheiro Dantas Motta considerou a indenização paga pela prefeitura em maio e citou a lei de concessões que atribui à concessionária a captação, aplicação e gestão dos recursos financeiros necessários à prestação do serviço e à prefeitura a fiscalização permanente dos serviços.


O promotor também levou em conta um processo que tramita na 12ª Promotoria de Justiça sobre o parcelamento do salário dos funcionários da concessionária e a possibilidade de um novo pedido de repasse financeiro do Município.


O Ministério Público recomendou que a prefeitura apure os valores efetivamente arrecadados desde o início do contrato e a destinação dos recursos, com a análise de extratos das contas e os repasses feitos pela concessionária a terceiros.


O MP também recomenda que uma auditoria seja feita antes de um eventual reajuste da tarifa cobrada dos usuários. Essa auditoria deve analisar a integralidade das contas da concessionária e de seus sócios.


O promotor pede, ainda, que a prefeitura solicite o apoio de órgãos públicos como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para verificar se os reajustes já concedidos anteriormente não bastam para cobrir os custos.


Conforme o documento, a solicitação de valores para custear a folha de pagamento indica má gestão da concessionária, já que é obrigação contratual dela captar, aplicar e gerir os recursos financeiros;


O MP recomenda também a exigência por parte da prefeitura para que a concessionária implemente um modelo de bilhetagem eletrônica para facilitar o controle financeiro sem que isso tenha impacto na tarifa.


A prefeitura de Ponta Grossa agora tem 10 dias a partir do recebimento do ofício para informar ao Ministério Público se acatará a recomendação. O órgão considera a ausência de manifestação como o não acatamento e poderá adotar providências legais pertinentes.


A Viação Campos Gerais afirmou, via assessoria de imprensa, que não vai se manifestar porque não recebeu notificação. A prefeitura informou que "um amplo grupo de trabalho da administração municipal" analisa a recomendação do MP.


A gestão ressaltou que já trabalha, em colaboração com o Conselho Municipal de Transporte, para otimizar o sistema de apuração e regulação do transporte coletivo, "tendo como objetivo garantir a manutenção do serviço de ônibus, de forma segura, transparente e eficaz".


Ouça:



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