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Pesquisas que encontraram 56 cavernas na Escarpa Devoniana mudaram rota de linhas de transmissão

CBN Ponta Grossa

Conforme um artigo do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), as cavernas foram mapeadas em trecho de implementação de cerca de duas mil torres de transmissão de energia.

Foto: Engie

Nos anos de 2019 e 2020, 56 cavernas foram mapeadas na Escarpa Devoniana entre Campo Largo e Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Conforme um artigo do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), as cavidades subterrâneas estão em trecho de implementação de cerca de duas mil torres de transmissão de energia.


A Escarpa Devoniana é um paredão natural datado de 400 a 420 milhões de anos que separa o Primeiro do Segundo Planalto Paranaense. O território está dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa que é a maior Unidade de Conservação do estado.

O presidente do GUPE, Rodrigo Aguilar ressalta que a Área prevê a conservação da geodiversidade do local.


As obras do Sistema de Transmissão Gralha Azul (STGA) começaram em 2019 e previam a implantação de mais de duas mil torres de energia em cerca de mil quilômetros de extensão que passa por 27 municípios do Paraná. A multinacional francesa Engie tem a concessão por 30 anos.


Conforme o projeto, as linhas têm o objetivo de distribuir a energia produzida principalmente em Itaipu para regiões do estado. A obra teve investimento aproximado de R$ 2 bilhões com subestações construídas ou ampliadas em Ponta Grossa, Guarapuava, Castro, Irati, União da Vitória, Ivaiporã, Foz do Areia, São Mateus do Sul e Bateias.


De acordo com a empresa, o traçado foi feito a partir de estudos para reduzir os impactos socioambientais e atender aos parâmetros técnicos exigidos no edital do Leilão de Transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).


A descoberta das novas cavernas foi publicada em um artigo escrito por pesquisadores das universidades Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Federal do Paraná (UFPR) que integram o GUPE. A pesquisa ficou em primeiro lugar em um Prêmio Nacional de Espeleologia em abril deste ano.


Das 56 cavernas, oito foram encontradas pelos pesquisadores e 48 por um levantamento de empresas especializadas contratadas pela Engie. Rodrigo Aguilar afirma que em 2019 o grupo de pesquisas concluiu que os estudos de impacto ambiental feitos pela empresa foram insuficientes.


O Instituto Água e Terra diz que as licenças ambientais foram emitidas de acordo com o que prevê a legislação. Ainda em 2019, o Grupo de Pesquisas Espeleológicas alertou o IAT sobre a descoberta das cavernas no traçado das linhas.


A partir de determinação judicial, a empresa realizou novos estudos e concluiu a existência de 48 cavidades em um trecho de um dos lotes da obra. Com isso, o trajeto das linhas teve que ser alterado.


De acordo com a pesquisa, atualmente são conhecidas cerca de 400 cavidades naturais na Escarpa Devoniana. No entanto, Rodrigo Aguilar destaca que várias áreas com alta probabilidade de existência de cavernas ainda não foram exploradas.


Impasses foram registrados durante o processo de implantação do Sistema de energia no estado. A partir do estudo dos pesquisadores, o Ministério Público pediu a interrupção da obra, que ficou paralisada por aproximadamente três meses entre 2020 e 2021.


A Engie destaca que 98% das linhas foram implantadas sem a necessidade de supressão porque foram feitas em áreas que já foram alteradas e os cabos foram lançados com drones.


Os primeiros testes de energização foram realizados em julho do ano passado e a previsão de término da obra era o final de 2021. De acordo com a Engie, o sistema deve suprir as necessidades da população, da indústria e do agronegócio da região e atrair novos empreendimentos e geração de emprego.


Conforme a empresa, 99,8% do Sistema já foi implantado e nove linhas de transmissão e três seccionamentos estão energizados, restando ainda a Linha de Transmissão Irati – Ponta Grossa e dois seccionamentos para a operação comercial integral do projeto que, devido a restrições regulatórias, deve ser concluída em março de 2023.


A reportagem da CBN solicitou uma entrevista com a empresa sobre o assunto, mas segundo a assessoria de imprensa o porta-voz não tinha agenda disponível. O Instituto Água e Terra também foi procurado e alegou não ser possível gravar entrevista por causa da agenda cheia para o mês de junho.


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