Pássaros apreendidos em Ponta Grossa são diagnosticados com doença contagiosa
- CBN Ponta Grossa

- 30 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Metade das aves morreram e alguns pássaros apresentaram sinais clínicos suspeitos de zoonoses.

Papagaios apreendidos no mês passado durante uma fiscalização na BR-373, em Ponta Grossa, foram diagnosticados com ‘salmonella’. Mais de 50 pássaros das espécies papagaio-verdadeiro e periquito-rico estão abrigados no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Campos Gerais.
A Polícia Rodoviária Federal apreendeu as aves, que estavam em situação de maus tratos, no dia 22 de outubro. Durante a vistoria, os policiais encontraram no interior do carro e no porta-malas, 105 papagaios-verdadeiros e outros 10 pássaros.
De acordo com a PRF, os ocupantes do veículo não apresentaram documentação ambiental que autorizasse o transporte das aves. Os homens disseram que comercializariam os pássaros no mercado ilegal.
Os dois homens, de 20 e 38 anos, eram moradores de Ponta Grossa e foram detidos pelo crime de venda de animal silvestre e maus tratos. Segundo a Polícia, um dos ocupantes era procurado pela justiça pelo crime de porte de arma de fogo.
Após a apreensão, 104 aves chegaram no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Campos Gerais. Os sintomas observados nos animais que positivaram para a doença foram apatia, anorexia, asas caídas, perda de peso, deformidade de bico e de penas, com mortes.
De acordo com o Cetas, metade das aves morreram e alguns pássaros apresentaram sinais clínicos suspeitos de zoonoses. Após amostras coletadas e enviadas à análise laboratorial, ficou confirmada a salmonelose, doença conhecida como 'salmonella', uma bactéria que causa intoxicação alimentar e, em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte.
Veja o momento da apreensão, em outubro:
Salmonella
A doença é altamente contagiosa e, para os papagaios, pode ser letal. Conforme o Centro de Triagem de Animais Silvestres, as aves ficaram doentes principalmente pelo ambiente em que elas eram mantidas quando foram encontradas pela Polícia Rodoviária Federal.
A suspeita é de que tenham passado mais de oito horas naquela condição, sem água, comida, ventilação e higiene. Os animais estão em tratamento e mantidos em local isolado.
Os principais sintomas são de uma doença transmitida por alimentos, como vômito, dores abdominais, febre e diarreia, que geralmente duram alguns dias e diminuem em uma semana.
Crime contra animais silvestres
No Paraná, o controle e a fiscalização de animais silvestres são feitos pelo IAT e pela Polícia Militar Ambiental-Força Verde. As denúncias do tráfico e comercialização ilegal de animais podem ser feitas de forma anônima pelos canais de denúncias 181 (do Batalhão de Polícia Ambiental-Força Verde), pelo email iatacidentes@iat.pr.gov.br ou o escritório regional do IAT pelo telefone (42) 3225-2757.
Os crimes contra animais silvestres são descritos no artigo 24 do Decreto Federal nº 6.514/2008. É crime matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. As penas variam entre detenção de seis meses a um ano, além de multa.








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