Em 1731, a primeira tropa de muares vindos do Sul do Brasil, passa pela região, dando início ao Tropeirismo, inaugurando o Caminho das Tropas que deu origem ao Pouso de Ponta Grossa.
As sesmarias que foram doadas na região, com o passar do tempo foram se transformando em fazendas e a produção de gado nessas fazendas sustentava a economia mineradora das Minas Gerais mas, em virtude do aumento da mineração, o gado dos Campos Gerais e dos Campos de Curitiba passaram a ser insuficientes para sustentar as necessidades cada vez mais crescentes das Minas Gerais que, desta forma, encontrava-se dependente em grande escala do boi e do cavalo (os muares em primeiro lugar), para transportar o ouro ao porto do Rio de Janeiro e, de lá, receber as cargas que importava. Além do que, o gado era necessário também para a alimentação. A solução encontrada foi buscar no Rio Grande do Sul o gado para o abastecimento da região mineradora.
Caminho das Tropas
Surge assim o Caminho das Tropas, (Estrada da Mata ou ainda Caminho do Viamão), que vai intensificar o desenvolvimento de uma economia pecuária na região dos Campos Gerais. Pode-se balizar a data de início do movimento das tropas como sendo a partir de 1731 até meados de 1870. As tropas que passaram a percorrer esse caminho eram provenientes não só do Rio Grande do Sul, mas também das Missões, de Corrientes, do Uruguai, do Paraguai, com um único destino: a Feira de Sorocaba em São Paulo, onde ocorria o comércio do gado.
Com a passagem do Caminho no território dos Campos Gerais, aumentaram as fazendas, muitas desmembradas das primeiras sesmarias e outras surgindo com o objetivo único de criar ou invernar o gado vindo do sul. E no trajeto deste Caminho foram surgindo diferentes pousos que se enfileiravam um após o outro, tais como contas de um colar. Esses pousos foram os embriões das cidades dos Campos Gerais e cada cidade está separada da outra por uma distância que corresponde a um dia de viagem do tropeiro". (Wachowicz, 1988)
Caminho das Tropas na Região Sul
E, neste contexto econômico, surgiu Ponta Grossa como um pouso de tropeiros e tornou-se rapidamente em um centro de convergência do Caminho das Tropas pois, além de estar no roteiro do principal caminho, outros também convergem para ela, "um deles é o que provém da região missioneira do Rio Grande do Sul (...), que cortava o interior catarinense, atingia os sertões de Palmas, Guarapuava e Imbituva e, em Ponta Grossa, alcançava o Caminho do Viamão". (Gonçalves & Pinto, 1983, p.17)
Os habitantes da região estavam dispersos por suas fazendas e no decurso do século XIX, paulatinamente foram se concentrando no ponto mais central do território, originando o Bairro de Ponta Grossa (1792) que, administrativamente, pertencia à Vila de Castro. A população do Bairro crescia sensivelmente e, ao longo do Caminho das Tropas, já existiam algumas casas cujo moradores viviam de roças de subsistência e da confecção de artesanato', que eram vendidos pelos tropeiros na Feira de Sorocaba.
Referências
GONÇALVES, Maria Aparecida Cesar. PINTO, Elisabete Alves. Ponta Grossa – um século de vida (1823-1923). Ponta Grossa, Kugler Artes Gráficas Ltda, 1983.
Para conhecer mais sobre o Tropeirismo
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