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  • CBN Ponta Grossa

Metade das mortes de bebês de até um ano poderiam ter sido evitadas em Ponta Grossa no ano passado

Levantamento feito a pedido da CBN mostra que os índices estão abaixo das médias estadual e municipal, mas ainda preocupam.

Metade das mortes de bebês de até um ano de idade poderiam ter sido evitadas em Ponta Grossa no ano passado.


Entre 2017 e 2021, 188 crianças morreram de causas como doenças infecciosas intestinais, falta de medidas de imunoprevenção e cuidados adequados durante a gravidez e o parto. Além de coqueluche e pneumonia.


Os dados foram levantados, a pedido da CBN Ponta Grossa, pelo Observatório de Saúde na Infância, que reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).


Para o coordenador da pesquisa, doutor em epidemiologia Cristiano Boccolini, as mortes são consideradas evitáveis porque existem tecnologias para salvar a vida dos bebês.


Segundo o levantamento, nos últimos cinco anos 292 crianças abaixo de um ano morreram em Ponta Grossa. Desse total, 64% poderiam ter sido evitadas. Só em 2021, foram 47 mortes e 48% eram evitáveis, o que representa 23 crianças.


Conforme a pesquisa, a maioria são mortes que poderiam ser reduzidas por cuidados adequados à criança e à mulher durante a gravidez e o parto. Outras três mortes poderiam ter sido evitadas por medidas adequadas de diagnóstico e tratamento e duas por ações de promoção da saúde.


Outras mortes foram registradas por pneumonia, Enterocolite Necrosante, infecções específicas do período perinatal e complicações da Covid-19.


De acordo com o Observatório de Saúde na Infância, o Brasil registra por ano 22,9 mil mortes de bebês de até 1 ano que poderiam ser evitadas se houvesse tratamento para doenças como diarreia.


Duas em cada três mortes de bebês desta faixa etária poderiam ser evitadas no país. Cristiano Boccolini destaca que felizmente Ponta Grossa não registrou mortes por diarreia, por exemplo.


No ano passado, 10 a cada mil crianças morreram com menos de um ano de idade. A taxa teve um leve aumento em relação ao ano anterior. A média dos últimos cinco anos foi de 11 mortes a cada mil bebês no município.


Em Ponta Grossa, o índice de mulheres que fazem mais de sete consultas de pré-natal tem aumentado nos últimos anos. Mas o dado que preocupa é o da mortalidade materna.


Entre 2020 e 2021, as mortes de mães tiveram um aumento de 75%, de acordo com dados da Fundação Municipal de Saúde. Em 2020, a taxa de mortes de mulheres grávidas ou até 42 dias após o parto foi de 84 a cada 100 mil. Em 2021, o número saltou para 148 a cada 100 mil.


No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, 92% dos casos de mortalidade materna poderiam ser evitadas, por doenças como hemorragia, hipertensão, infecções pós-parto ou pelo aborto.


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